R.UBATUBA DE FARIA E O ESTADO NOVO E O IMAGINARIO DA POLÍTICA E SOCIAL
A imaginação política e
social e os meios de comunicação contribuíram de maneira particular, para
enfrentamento dos problemas e conflitos inéditos se adaptarem aos choques do
futuro, esta questão se enquadra nos procedimentos, através do papel de Ubatuba
de Faria, aceito como técnico que se enquadra dentro do perfil do Estado Novo, os antropólogos, sociólogos, historiadores e
psicólogos começaram a reconhecer, descobrir, as funções múltiplas e complexas
que competem ao imaginário na vida coletiva e em especial do poder.[1]
Diante dos créditos acima
citados por Baczko, pediremos permissão e iremos inserir os arquitetos nesta
categoria como participantes diretos destas funções do reconhecimento e do
descobrimento na questão do universo da vida coletiva e em especial a do poder,
isto nos levara a avaliar o papel de Ubatuba de Faria no Estado Novo como
integrante destes compromissos de políticos e sociais nas transformações do
litoral gaúcho, em especial o litoral norte no caso do Imbé e Atlântida.
Essas considerações nos
reportarão á segunda metade do séc. XIX, onde correntes do pensamento aceitavam
afirmações:
O objetivo foi
identificar certos fenômenos que induziram buscar no passado a ocupação do
litoral norte, o que nos levara a observar que as instituições publicas através
das interrogações e questionamentos sobre o seu papel no desenvolvimento e
crescimento do litoral, como instrumento político e social da região
litorânea, começaríamos a compreender a
partir de uma releitura de textos sobre a ocupação do litoral gaúcho.
O Estado Novo passou pelo campo político
ideológico com a burguesia e suas conquistas, servindo de ideologia para a
democracia e a ordem existentes, revelando o caráter das classes sociais,
atacando a sociedade que dele deriva com seus valores.
Diante desta reflexão o
Estado Novo se enquadrava com suas propostas de desenvolvimento e crescimento
na ocupação do litoral norte, que vai apresentar, indícios dos setores
estruturados, mas com conhecimento técnico, através da ideologia que passava
pelo POSITVISMO como um instrumento de armazenagem de um conceito de cultura e
formação. O poder tem de se impor não só como poderoso, mas também como
legitimo. Na legitimação de um poder, as circunstâncias e os acontecimentos que
estão na sua origem contam tanto, ou menos, do que o imaginário a que dão
nascimento e de o poder estabelecido se apropria. [2].
Um projeto urbanístico se
impõe como instrumento poderoso, mas também como legitimo. A sua legitimação
como projeto urbano tem uma abrangência política, que as circunstâncias
políticas e os acontecimentos que estão na sua origem contam tanto ou menos a
que darão ao nascimento ou criação do poder vai estabelecendo e vai se
apropriando do projeto urbano com suas referencias técnicas, tornando-se um
instrumento político de ocupação do poder existente.
As questões simbólicas do
projeto urbano de Atlântida, esta ligada ao momento da sociedade da época
produziu não são ilimitados, a legitimidade do poder que passa obrigatoriamente
por um projeto, que se vinculava pela ocupação do Litoral Norte aliado a um
promissor e nascente mercado imobiliário com a participação de empresas
consorciadas para o desenvolvimento econômico e social daquele período.
Poder estabelecido
protegeria a sua legitimidade contra aqueles que poderiam contradizer, quanto
ao mérito como componente de proposta de desenvolvimento político econômico e
social, necessário para a época. Imaginar uma contra legitimidade, um poder
fundado numa legitimidade diferente daquela que se reclama a dominação
estabelecida, é um elemento essencial do ato de pôr em causa a legitimidade do
poder.[3]
Bascko na questão do
imaginário social descreve pela fusão entre verdade e normatividade,
informações e valores, que se firmam no meio do simbolismo. O Estado Novo com
sua ideologia e utopias formaram lugares privilegiados que poderemos vincular o
discurso do poder político no imaginário social.
O imaginário social tem
como linguagem no seu suporte as questões religiosas, filosóficas, políticas e
arquitetônicas, que podem predominar para o suporte na reflexão das cidades. As
cidades são, entre outras coisas, uma projeção dos imaginários sociais no
espaço.
A organização espacial
atribui um lugar privilegiado ao poder, explorando as cargas simbólicas das
formas. As áreas centrais opõem-se as periferias à acima, opõem o de baixo. A
arquitetura traduza com bastante eficácia e objetividade com sua linguagem
própria, e o prestigio que rodeia um poder, utilizando para isso a escala
monumental.
O Estado Novo e o projeto de Atlântida refletem esse pensamento e
sua importância, a partir da sua implantação como ocupação do litoral norte, assim
como sua ocupação territorial, este momento de reflexão com relação aos
processos de desenvolvimento econômico e crescimento estavam sendo realizados
no Uruguai e Argentina que tinham projetos com objetivos na ocupação
litorânea como sanear, embelezar e
renovar.
Na analise de Bronislau Baczko sobre a
evolução do pensamento em relação ao imaginário, ela apresenta dois momentos
que definiram estes procedimentos.A passagem da cultural
oral á cultura escrita, se concretiza
com o inicio da comunicação de massa que se relaciona a informação e imaginação
perante as novas possibilidades que se oferecem á propaganda, Nos sistemas
sociais em que o Estado se apoderou do monopólio da emissão particularmente
fácil exercer uma censura rigorosa, suprimir qualquer informação considerada
indesejável, ao mesmo tempo em que se pode continuar a distribuir palavras e
imagens.[4]
A questão do monopólio do
poder e do sentido, ou seja, violência física e violência simbólica, Baczko
define como Estado Totalitário, na qual concordamos retirando o totalitário,
pois o estado Moderno tem suas representações mesmo com discurso liberal,
democrata, socialista ou capitalista, mas dentro da visão do Estado que tenta
sempre suprimir a própria lembrança de qualquer imaginário social de qualquer
representação do passado, presente e futuro coletivo, confirmando a sua
legitimidade e poderio, aliado ao controle sobre o conjunto da vida social
glorificando fins e meios. Tal definição se enquadra dentro da ótica do Estado
Novo.

Comentários
Postar um comentário