L.REFERÊNCIAS TEÓRICO-CONCEITUAIS
A descrição
esta ligada ao processo de implantação do litoral norte, através de Ubatuba de
Faria e o projeto urbanístico como forma de resposta à decisão política de
ocupação dentro do poder existente, que tem como referência em sua trajetória a
interação do processo de que a autoridade de um discurso e a sua eficácia em termos de dominação simbólica vêm
de fora.
A palavra concentra o capital simbólico acumulado pelo grupo político
de sua época que o enuncia e pretende agir sobre o real na questão da ocupação
do litoral como forma de estabelecer um modelo de época, com objetivos próprios
a partir da formação intelectual do grupo representado, no caso de Ubatuba
Faria pelo pensamento positivista aliado a fatores econômicos de sua época, o
expansionismo da ocupação imobiliária, agindo desta forma sobre a representação
do real.
Ao definirmos o contexto da nossa pesquisa temos como
objetivo resgatar nos comportamentos sociais da década de 40, o envolvimento
social das instituições públicas na questão da política urbana que se pretendia
criar para o litoral gaúcho.
Nestes caminhos da nova historia cultural, a busca da
revelação de um sentido pode ser dada pela recuperação de um evento isolado que
permite entender o conjunto na qual se insere, ou melhor, como a ocupação dela
é oficializada.
O caminho das cidades do litoral gaúcho do inicio do Séc. XX
com seu desenvolvimento e crescimento, a partir de um processo de ocupação,
saneamento e valorização é o evento isolado no conjunto político de ocupação
urbana do litoral gaúcho, sob a direção de Ubatuba de Faria. Devem ser
reavaliados fatos como matriz e efeito das práticas construtoras do mundo
social que envolve fatores como, sexo, idade, religião, tradição, educação,
etc...
O imaginário, enquanto sistema de idéias e de imagens de
representação coletiva é o “outro lado” do real. Quando ao começamos a pensar e
a refletir sobre o imaginário, nos relacionamos com o pensamento de Gaston
Bachelard, sobre o nosso tema, que é “perceber a imaginação com um dinamismo
organizador, este se converte em fator de homogeneização da representação, que
na representação que na função do irreal também positivo assim como avalia o
processo do imaginário”.
Seria o processo de desenvolvimento e consolidação do
projeto de ocupação, como ato de prever o imaginário começando como um
observador no tempo exato e no espaço do passado, e avaliando as reais
possibilidades do ato de realizar a construção de um projeto de uma cidade.
Ubatuba de Faria como responsável pela implantação do
projeto tinha pensamento cartesiano, rompe a partir do seu consciente e
inconsciente quando começa a projetar e estabelece do sonho a fantasia ao
concretizar a implantação do litoral gaúcho entre a sua racionalidade.
Dentro desta questão é do espírito de sua ideologia que
dependem os múltiplos domínios do imaginário, ou seja, criar e realizar a
construção da cidade como um espaço ideal.A invenção do litoral no Rio Grande do Sul se insere dentro
deste principio onde a sua imaginação produtiva e criadora leva a projetar as
primeiras idéias sobre ocupação litorânea.A questão radical é que poderíamos
imaginar a implantação, o ato de criar e se concretizar fisicamente, que se
enquadra dentro da idéia dos signos e símbolos quando a questão do modelo
cidade-jardim que é apresentado como um diagrama de representação gráfica de
determinado fenômeno e deveria ser modificado para seguir as condições do
sitio.Este constituía-se em uma área circular cercada com diversas finalidades.
No Boletim da Sociedade de Engenharia, de outubro de 1939,
nº 30 , na origem do Projeto é citado “ Antes de fixar os limites de uma zona a
urbanizar, é preciso compreender as razões principais que justificam sua
formação de ordem moral, social ou mesmo sentimental que de ordem, técnica ou
econômica” tem como referencia o Profº Pierre
Remaury , professor do Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris .
O Séc. XIX viveu a consolidação do sistema de fabrica, a
vitória do capitalismo, a difusão das maquinas. O florescimento da sociedade
burguesia, triunfante contava com esta idéia que consubstanciava as excelências
do sistema e a sua capacidade antecipada do futuro. A meta da sociedade do bem
estar foram também uma utopia que acalentou os sonhos do Séc. XIX.
Esses processos acima citados se enquadram na visão de
Ubatuba de Faria, desencadeando o procedimento político de sua época com
relação ao prazer e lazer do bem estar, então começa a buscar este novo “modus
vivendi” dentro do conceito de época. Ubatuba de Faria afirma que Porto Alegre
possui 400.000 mil almas e que a cidade precisa, avaliar o seu processo de
desenvolvimento e crescimento a partir destas afirmações as questões de
projetar e executar Atlântida se veem perante
uma nova historia política no
desenvolvimento do mercado imobiliário amplia-se.
Diante destes critérios de implantação de núcleos urbanos,
estavam todo para um procedimento da modernidade, isto significa que o litoral
norte representa na questão urbana, a criação, por Ubatuba de Faria, com seus
códigos iniciais e suas intenções do projeto e de seus construtores.
As construções e espaços do poder publico obedecem a uma
intencionalidade enquanto projeto e concepção, distante ou não das referencias
simbólicas que seu uso e consumo elaboraram, Departamento Balneário marítimo têm em Ubatuba de Faria um
formulador de proposta de uma cidade com visão de um urbanista. Será atribuído
uma função e sentido a seus projetos que poderiam se distanciar muitos das
construções simbólicas feitas pelos usuários daquele espaço em transformação. As
cidades do litoral se enquadrariam neste papel.
Os produtores e consumidores do espaço urbano sentem,
observam e analisam a cidade como representação ou conjunto de representações.Ubatuba de Faria consegue inserir isto no espaço urbano do
litoral, especialmente no caso de Atlântida e Imbé, dentro desta perspectiva
identificaremos o litoral norte, no caso especifico, as cidades de Atlântida e
Imbé, que inserem neste sistema de idéias mais ou menos coerente, daqueles que
“fazem a cidade” e projetam discutem e executam.
Este processo não esta claro na relação de Ubatuba de Faria
com o mercado imobiliário, como responsável pelos projetos e demais
articulações da concepção urbana, que tem como identificar nas classes
dominantes de suas elites dirigentes, com destaque especial poderão, classificar
“profissionais da cidade” que se inserem arquitetos, urbanistas, engenheiros,
médicos sanitaristas e dos demais técnicos burocratas encarregados da
implantação dos equipamentos necessários á intervenção urbana. Esta evolução de
fatos tem como base, a estrutura política e
administrativa do estado, onde a parceria está presente pela
representação de classes profissionais.
No séc. XIX emergem as grandes cidades, colocando aos
governos municipais a necessidade de intervir no espaço, ordenando a vida dos
habitantes, normalizando o convívio urbano á sociedade, esta descrição cabe a
Atlântida e Imbé na sua estruturação. A questão urbana aparece como um
problema, derivado das transformações econômicas e sociais da época, e que tem
na cidade o seu “lócus” privilegiado de realização.
Ubatuba de Faria, torna-se um produtor do espaço concebendo
uma forma de projetar e uma maneira de construir. Começa então a transformar o
núcleo inicial em cidade, através de uma pratica definida e de um exemplo de
época, nisto se insere a forma de pensá-la, vivê-la ou sonhá-la enquadrando
dentro dos critérios do imaginário o simbólico e a utopia.
A projeção de “uma cidade que se quer”, imaginada e
desejada, sobre a cidade que tem um plano, no qual, se enquadra
Atlântida que veio a realizar-se.
No litoral e seus núcleos urbanos que historiam a cultura urbana que é “a
cidade do desejo”, existe como elaboração simbólica na concepção de quem
projetou a concretização.
Para melhor avaliarmos a questão urbana, torna-se necessário
o embasamento histórico e teórico para nos situarmos como observadores mais
atentos à realidade que nos cerca, não só um universo conceitual e instrumental
metodológico, mas também um estoque de conhecimento acumulado sobre o urbano,
que as gerações anteriores já produziram a partir desta base.
Ele vai cruzar referencias, praticas e representações, dados objetivos e percepções subjetivas, vai justapor, contrastar e, sobretudo manter uma predisposição e uma abertura para ver um pouco mais além, talvez, do que aquilo que já foi visto, despertando para o presente as múltiplas cidades do passado que as de hoje encerram.
Ele vai cruzar referencias, praticas e representações, dados objetivos e percepções subjetivas, vai justapor, contrastar e, sobretudo manter uma predisposição e uma abertura para ver um pouco mais além, talvez, do que aquilo que já foi visto, despertando para o presente as múltiplas cidades do passado que as de hoje encerram.

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