G. O POSITIVISMO
O positivismo foi considerado por Comte como fundamento metodológico de
uma nova ciência social, a “física social” ou sociologia. Mais tarde foi
concebido por Augusto Comte como uma nova religião da humanidade. No Brasil, o
positivismo comtiano alcançou grande expressão, principalmente pelo trabalho de
Miguel Lemos e Teixeira Mendes, exercendo influência nos lideres republicanos
em especial Benjamin Constant. No Rio Grande do Sul como expressão maior Júlio
de Castilhos e Borges de Medeiros. Tanto é que o lema ordem e progresso,
presente na bandeira nacional são um dos ideais de Comte.
Ubatuba de Faria tinha compreensão dos fatos que estavam ligados ao PRR
onde o objetivo é qualificar o projeto e suas
diferenças sociais, que esta presente como participante do Templo
Positivista em Porto Alegre, doutrina criada por Augusto Comte, segundo a qual
toda a atividade filosófica e científica deve efetuar-se somente no quadro da
analise dos fatos verificados pela experiência., nas seguintes questões:
- Defesa Nacional da Costa
- Barra do Canal de Porto Alegre
- Aspectos técnicos de infra -estrutura da região
- O desenvolvimento econômico
- Urbanismo regional, divisão norte e sul.
Uma nova “fase” a “republica Velha” esta começando com uma serie de respostas técnicas aos gaúchos onde
a apresentação dos problemas e soluções foram apresentadas pelo grupo que
ascendia ao poder em ideologias.
Instala- se a republica, mudança de regime às novas necessidades geradas
na economia e na sociedade brasileira.Ao longo do séc. XIX o desenvolvimento do agro exportação, baseada no
café toma outros caminhos, após o Brasil mesmo dominando o mercado, acumular
dividas.
A partir deste processo transformações econômicos sociais acabariam de
promover a internacionalização do capital no Brasil, que penetra na sua
estrutura interna, com a cumulação de capital, a introdução de relações
assalariado de produção, a constituição de um mercado interno, a urbanização o
surgimento da indústria, a construção de estradas de ferro, aparelhamento dos
portos, criação de bancos, companhias de seguro e novos serviços públicos para
fazer frente ao volume de negócios.
Nas questões de transformação política surgem novos grupos sociais:
-Burguesia agrária cafeeira, na renovação econômica.
-Segmentos médios urbanos
-Novo exército (aspiração política)
O PRR (Partido Republicano Rio-Grandense) realiza uma união vantajosa com
exército pela forte tradição do militarismo no Rio Grande do Sul – que apresentava
desde sua formação, quanto pela presença do componente ideológico positivista
adotado pelo PRR, e que tinha grande penetração nos meios militares. [1]
No contexto europeu, a ideologia surgiu como defensora da sociedade burguesa,era essencial que se acelerasse o
desenvolvimento industrial. Desta forma, a ordem é a base do progresso: o
progresso é a continuidade da ordem.A visão positivista era progressista e conservadora, ao mesmo tempo, ou
seja, pretendia conciliar o progresso econômico com a conversão social da
ordem.
Os gaúchos no seu cenário tentavam implantar o capitalismo, para o
qual se apresentava uma serie de
entraves. Antes os problemas que se antepunham ao PRR, os objetivos eram
realizar a modernização econômica exigida. A ideologia importada, posta a
serviços das condições histórico-objetivas locais, fornecia os elementos
básicos que norteariam a ação do grupo no poder:
- Desenvolver as forças produtivas do Estado
- Favorecer a acumulação privada de capital propiciar, o progresso
harmônico de todas as atividades econômicas
A posição do governo era a de que a solução do problema dos transportes
do estado, se efetivada viria atender a todos os setores da economia gaúcha,
correspondendo ainda, no plano da política, á aliança buscada pelos
republicanos entre vários setores sociais.
A parcela da classe dominante que subia ao poder com a instalação da
Republica precisava manter afastada do governo a outra parcela da classe
dominante derrubada. Pra tal, tanto se valeu do recurso à força (Brigada
Militar). Quando realizou uma ampliação social de sua base política, realizando
alianças com outros grupos sociais, tais como as “classes médias”, o colonato,
os comerciantes da fronteira, etc...
O preço dessa aliança era pago pelo governo ao procurar atender os vários
interesses econômicos presentes no estado e não só os da pecuária. Portanto,
desenvolver os transportes, permitir (“fechando os olhos”), o contrabando na
fronteira, amparava a agricultura e conceder incentivos fiscais a indústria nas
suas solicitações, eram formas do governo positivista legitimar e ficar
coerente com seus postulados teóricos, que afirmavam que o estado era “o
representante de todos os grupos sociais” e que, em termos de comportamento
público os governantes procuravam perseguir.
Todavia, o princípio de “viverem as claras”, transpostas para o plano
eleitoral onde se praticava voto a descoberto, permitia a sucessiva reeleição
do governante, desde que obtivesse ¾ da votação total.O autoritarismo do mando, presente na pratica política positivista, não
era algo estranho ao contexto sulino, onde práticas da violência e
arbitrariedade se fizeram sentir desde o período formativo de sua historia.
Desta forma, a exigência de modernização da economia periférica, a
necessidade de incorporação de setores sociais emergentes e a busca de
renovação político administrativa encontraram resposta na importação e
adaptação de um aparato político-ideologico de cunho autoritário, progressista
e conservador. [2]
O não conhecimento pelos
agricultores e o esgotamento do solo, pelas técnicas rudimentares, com a
diminuição da produtividade da terra situada nas planices costeiras. O pequeno
agricultor colonial da beira da lagoa com sua produção abaixo do normal foi
obrigando aos proprietários, venderem suas terra a baixo preço. Nesta situação
começam a surgir compradores sem nenhuma relação com a cultura da terra.
A instalação da Republica no Rio Grande do Sul estabelece um governo
autoritário inspirado em Comte, adotando a perspectiva de promover o progresso
econômico, sem alteração da ordem social, assegurando o domínio das “classes
conservadoras” no Estado.
Julio de Castilhos, o ideólogo e estadista deste período inicial de
implantação da Republica, foi praticamente o único autor da Constituição
Estadual 14 de julho 1891.[3]
O Estado positivista, baseado nos princípios de Comte se dispunha “a
incorporar o proletariado à sociedade moderna”, o que em ultima analise,
traduzia-se na pratica, em fazê-lo trabalhar para o progresso econômico de
forma ordenada. As questões entre patrões e empregados deveriam ser
solucionadas entre ambos, cabendo ao estado a mediação, quando não aceito e
deveria intervir quando a segurança fosse ameaçada. [4]
A ideologia positivista do estado desempenha o papel de contornar o
conflito social possibilitando o desenvolvimento da acumulação privada de
capital. Isto se demonstra nas questões relacionadas a ocupação do Litoral
Norte e Sul, com a marcha dos especuladores,em busca do lazer.
Após a Iª guerra Mundial e a crise econômica o governo encampa o porto de
Rio Grande, 1919 e a Viação Férrea em 1920. No Rio Grande do Sul, por exemplo,
as responsabilidades econômicas e sociais do Estado aumentaram com mais
rapidez, nos anos de 1910 a 1930, do que aquelas do governo federal.
Em 1912, o
funcionamento do porto de Porto Alegre passou para a responsabilidade do Estado
e, no fim dos anos 20, o governo federal cedeu os portos de Pelotas e Torres ao
Rio Grande. Uma ferrovia de propriedade particular, que corria na direção leste-o
este, da Capital estadual até Uruguaiana, foi comprada pelo governo gaúcho cm
1919. No setor financeiro, o Estado estabeleceu um banco de desenvolvimento em
1928 e começou a intervir nos mercados internos, tal conto faziam os paulistas
na esfera internacional.[5]
Medidas do governo Provisório, decreto sobre a sindicalização, suspensão
do pagamento da divida externa, política do café passa a nível Federal. Os
Tenentes (futuros Generais) ocupam varias interventorias estaduais. No Rio
Grande do Sul Flores da Cunha é o interventor reafirmando o caráter
agropecuarista da região.[6]
Instalava-se em 1937, um Estado autoritário corporativo, buscando
canalizar para o Estado, órgão representativos da classe, os interesses
econômicos das “burguesias nacionais”, tentando neutralizá-las como força
política.Com a oficialização dos sindicatos operários e legislação trabalhista,
o Estado se dispunha a controlar a questão social.
Com a perspectiva modernizante, consagra-se a intervenção do Estado na
economia, onde processou a substituição do modelo de desenvolvimento baseado na
agroexportação.[7]
O setor agrícola com a substituição do modelo econômico, muito dos
trabalhadores rurais começa o êxodo rural, pois com o conhecimento da vida
rural, de nada adiantava a mão de obra
na cidade, no novo processo do desenvolvimento industrial. Desta forma, as
vilas marginais da periferia das cidades passaram a abrigar todo este
contingente populacional egresso do campo, que viveriam com a classificação do subemprego.
[8]
Durante o estado Novo, o Governo do estado do Rio Grande do Sul criou em
1938, o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER), órgão para
desenvolver o sistema rodoviário gaúcho, propiciando a integração regional e
integrando o mercado. [9]
O processo de transformação foi lançado, a partir do momento que começa a
integração regional, é pensado na criação do Departamento de Balneário
Marítimo.
Em 1938, Getulio Vargas nomeou como interventor o General Cordeiro de
Farias sem nenhuma ligação com as velhas repúblicas, como interventor
destacou-se sua relação com a educação , Secretario da Educação J.P. Coelho de
Souza amplia o quadro do magistério e a rede escolar. Inicia-se a
“brasilianização” que atuou nas áreas de imigração alemã e italiana proibindo o
ensino destes idiomas na escola, além de jornais, anúncios, lojas e lápides de
túmulos.[10] Isto demonstra que o país estava adentrando a um novo processo de
brasilianização uma ocupação do território em especial pelos gaúchos pelas
etnias que se fizeram estabelecer na ocupação do território a partir da
colonização italiana e alemã, no final do Séc. XIX.
Em 1943 Cordeiro de Farias partiu para Itália com a FEB para a 2ª Guerra
Mundial, ele é substituído por Ernesto Dornelles. [11]
[1] PESAVENTO, Sandra ;
Historia do Rio Grande do Sul pg 66.
[2] PESAVENTO, Sandra; Historia
do Rio Grande do Sul.
[3] PESAVENTO,
op.cit,,pg 77
[4] PESAVENTO, op.cit,,
pg 81
[5] PESAVENTO, op.cit,
pg84.
[6] PESAVENTO, op.cit,
pg104.
[7] PESAVENTO, op.cit,
pg115.
[8] PESAVENTO,
op.cit.pg116
[9] PESAVENTO,
op.cit.,pg 117
[10] PESAVENTO,
op.cit.,pg 117
[11] PESAVENTO,
op.cit.,pg 117

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